As Quebradeiras de Coco Babaçu: Guardiãs da Floresta e da Biodiversidade

O óleo de babaçu, extraído do coco babaçu pelas mãos das quebradeiras de coco, é um produto natural com grande importância econômica e social. Na indústria cosmética, ele se destaca por suas propriedades hidratantes, emolientes e anti-inflamatórias, sendo um ingrediente essencial para diversos produtos de cuidados com a pele. Sua composição rica em ácidos graxos, como ácido láurico, mirístico e palmítico, garante hidratação profunda e duradoura, combatendo o ressecamento e a descamação da pele. Além disso, o óleo de babaçu possui propriedades antioxidantes que protegem a pele dos radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce e rugas. Sua ação anti-inflamatória ajuda a reduzir vermelhidão, irritações e inflamações, tornando-o ideal para peles sensíveis e com acne.

As quebradeiras de coco são mulheres que, há gerações, assumem um papel fundamental na Amazônia brasileira. Através da coleta e beneficiamento do coco babaçu, elas contribuem para a preservação da floresta, da biodiversidade e do sustento de milhares de famílias.

Importância ecológica

O trabalho das quebradeiras de coco está intimamente ligado à saúde da floresta. Através do manejo sustentável dos babaçuais, elas garantem a reprodução da espécie e a preservação do bioma. A coleta do coco babaçu também contribui para a prevenção de queimadas, uma das principais causas de desmatamento na Amazônia. Além disso, os babaçuais protegem a biodiversidade, servindo como habitat para diversas espécies de animais e plantas.

Impacto social

A atividade das quebradeiras de coco gera renda e autonomia para as mulheres, muitas vezes chefes de família, em comunidades com poucas oportunidades de trabalho. Essa renda permite que elas contribuam para o orçamento familiar e melhorem a qualidade de vida de seus filhos. Além disso, a tradição das quebradeiras de coco é parte da cultura e da identidade das comunidades locais, fortalecendo os laços sociais e transmitindo conhecimentos de geração em geração. As quebradeiras também atuam como agentes de educação ambiental, conscientizando sobre a importância da preservação ambiental e do consumo sustentável do babaçu.

Ameaças

Apesar da importância das quebradeiras de coco, seu trabalho enfrenta diversos desafios. A expansão da fronteira agrícola ameaça os babaçuais e o modo de vida das quebradeiras. O uso de agrotóxicos contamina o meio ambiente e coloca em risco a saúde das mulheres. Além disso, a falta de reconhecimento legal e de políticas públicas específicas dificulta o desenvolvimento e a valorização da atividade.

Fortalecimento da luta

As quebradeiras de coco babaçu, protagonistas na luta pela proteção ambiental e seus direitos, conquistaram importantes avanços através de mobilizações políticas e sociais. Em 1992, a Lei do Babaçu Livre (Lei nº 8.313) foi promulgada, reconhecendo o direito das quebradeiras de acessar e beneficiar o coco babaçu em babaçuais nativos. Essa conquista foi resultado da árdua luta do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), fundado em 1991, que uniu mulheres de diferentes estados para reivindicar seus direitos e fortalecer sua voz.

O MIQCB, em conjunto com outras organizações, como o Observatório do Clima e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), impulsionou diversas ações para o reconhecimento e valorização do trabalho das quebradeiras. A criação de Reservas Extrativistas (RESEX), como a RESEX Chico Mendes, garante áreas para a coleta do coco babaçu e a preservação da floresta.

O reconhecimento do babaçu como produto da sociobiodiversidade e a criação do Dia Nacional das Quebradeiras de Coco (24 de setembro) são exemplos de conquistas que celebram a cultura e o papel fundamental dessas mulheres na proteção ambiental e no desenvolvimento social.

Ainda há desafios a serem superados, como a falta de infraestrutura, acesso à educação e à saúde, e o combate ao uso de agrotóxicos. No entanto, as mobilizações políticas e sociais das quebradeiras de coco babaçu abriram caminho para o reconhecimento de seus direitos e para a construção de um futuro mais justo e sustentável para a Amazônia. Além disso, o consumo consciente dos produtos do babaçu também contribui para a valorização do trabalho das quebradeiras e a preservação da floresta.

Para apoiar essa cadeia e entendendo a importância de usar os produtos da biodiversidade que mantém a nossa floresta em pé, nos comprometemos a reformular todos os nossos produtos para que tenham, em sua composição, mais ingredientes nacionais. Já fizemos esse movimento em todos os nossos lançamentos recentes: tanto o Bálsamo Sossego quanto o Desodorante Nuvem Floral 2.0 contém óleo de babaçu e outros óleos, manteigas e extratos de plantas nacionais. Os Sais e os Sprays Aromáticos também foram repensados para valorizarem óleos essenciais e extratos de plantas brasileiras, como a Jurema Preta, Macela, Aroeira e Cumaru. Além disso, vamos destinar 5% das vendas do mês de março desses dois produtos para apoiar os movimentos e projetos relacionados às quebradeiras de coco.

E aí, vem com a gente nessa?

Fontes:

Observatório do Clima: https://oc.eco.br/en/
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB): https://apdib.com/

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Engenheira Química pela UFSCar, com pós graduação em Sustentabilidade pela Universidade da California em Los Angeles. Logo depois que terminou sua pós, começou a empreender na Jaci. Fez cursos de saboaria natural no Santo Sabão, se formou como aromaterapeuta pela Aromaflora e é certificada em Advanced Organic Skincare Science pela Formula Botanica.
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