Hoje é dia 12 de junho, dia em que todos nós ficamos inspirados pelo amor!
Nós ficamos contagiadas com tanto amor no ar, e também resolvemos declarar o nosso pelos animais! Por isso, viemos aqui falar um pouco para vocês sobre um assunto super importante: o veganismo. Vamos falar um pouco sobre o que é o veganismo para nós, fundadoras da Jaci, e porque ele é um pilar fundamental da nossa marca.
Eu (Daniella) sou vegana há um ano. Sempre fui uma amante dos animais. Minha família sempre teve cachorro, e de vez em quando íamos juntos para um sítio nosso, onde os vizinhos tinham alguns animais de fazenda, como galinhas, cabritos, gado e etc. Lembro que olhava pros bichinhos e sentia muito amor por todos eles, mas nunca associava esse amor ao que eu colocava no prato. Sempre que via uma vaquinha, ficava feliz, mas nem pensava em parar de comer carne. Me tornei vegetariana pela primeira vez há 10 anos, em 2008, quando vi documentários como A Carne é Fraca e Terráqueos, que me fizeram acordar para a verdadeira realidade cruel da indústria da carne. Fiquei em choque, pois esses filmes mostram como os animais para abate são tratados como verdadeiros objetos, e têm uma vida repleta de dor, sofrimento e tortura. Tudo isso só para atender aos nossos desejos consumistas. Se você ainda não assistiu, vale a pena conferir.
Mas a partir do ano seguinte, em 2009, tive algumas oscilações com a minha dieta. Fiquei vegetariana por uns anos, depois voltei a comer peixe, e mais tarde, até carne, pois acabei me influenciando pelas pessoas ao meu redor e caí em tentação. Sempre gostei muito de comer, então acabei fraquejando mesmo. Fui virar vegetariana definitivamente em dezembro de 2015, após sair de um retiro budista, onde carne era proibido. Essa experiência foi um primeiro contato com a minha espiritualidade, que eu tinha até então deixado de lado. Mas foi nessa ocasião que entendi que ser vegetariano é um ato de amor. Amor não só pelos animais – mas por nós mesmos também. Por que? De acordo com a lei de causa e efeito (lei do carma), todas as nossas ações geram uma reação. Nossos hábitos, nossas atitudes, muitas vezes sem nos darmos conta, geram sofrimento para outros seres que também sentem dor e têm sentimentos. E todo esse sofrimento que geramos para os outros voltam para nós de alguma forma. O sofrimento do outro é também o nosso sofrimento, pois todos estamos conectados.
Entendi também que, além de um ato de amor, o vegetarianismo é um ato de não-discriminação e compaixão com todos os seres. O budismo (e todas as religiões) pregam que devemos amar a todos os seres, sem exceção. Isso serve tanto para os seres humanos quanto para os animais. Por que amamos alguns animais e comemos outros? Qual é a diferença? Por isso, depois que saí do retiro, nunca mais tive coragem de matar nenhum bicho, nem mesmo os mais odiados, como pernilongo ou barata.
Foto: Mercy for Animals Brasil
E por todos esses motivos, essa segunda vez que virei vegetariana foi mais profunda, foi um caminho sem volta. Não que da primeira vez eu não tenha me sensibilizado com o sofrimento dos animais – mas dessa vez, conectei isso com o meu propósito de vida.
Um ano depois de virar vegetariana, comecei a trabalhar na Jaci. Bem no comecinho da marca, já nos interessávamos muito pelo universo do veganismo. Um belo dia, fui com a Luíza e uma outra amiga para uma feira vegana. A energia que lá sentimos foi incrível – ficamos inspiradas em ver tanta gente trabalhando com esse propósito, com muito amor e respeito por todos. Ficamos mais felizes ainda em ver a feira lotada, e ver o quanto esse mercado estava prosperando. Foi nesse dia que pensamos juntas: “nossa, precisamos muito participar de uma feira vegana!”
Foi tão inspirador que, depois dessa feira, a Luíza, que não era vegetariana, também nunca mais conseguiu comer carne. Um tempo depois, lançamos a nossa linha de produtos, e estreamos em agosto de 2016. A nossa estreia foi na Vegnice, a mesma feira vegana que tínhamos ido juntas há alguns meses atrás. A Vegnice abriu muitas portas para nós, pois nos conectou com vocês, nossos clientes, nos deu visibilidade e nos fez crescer muito. Além disso, nos conectou com outras pessoas incríveis, outras marcas que também querem o melhor para o mundo e para os animais. Então, pouco a pouco, fui sendo contagiada pelas pessoas veganas ao meu redor. Pelas infinitas possibilidades, pela criatividade e pelo amor de cada um que estava lutando por essa causa. Além disso, assisti alguns documentários como What the Health e Cowspiracy, que abordam, respectivamente, os problemas relacionados à saúde e à sustentabilidade do consumo de produtos de origem animal. São filmes para chocar, abrir a nossa cabeça, e mostrar o quanto a indústria da carne nos engana e está destruindo o mundo e a nossa saúde.
Então, me tornar vegana foi muito natural. Agora, aqui estou, vegana, feliz e mais saudável do que nunca. Minha relação com a alimentação mudou completamente desde então. Eu, que sempre fui muito gulosa, nunca mais senti culpa alguma em comer. Me sinto muito mais leve. Como o que eu quiser, a hora que eu quiser, o quanto eu quiser, e sinto que nenhuma comida pode me fazer mal algum. (Assistam What the Health pra me entenderem melhor, por favor!) Emagreci sem fazer absolutamente nada, comendo e muito feliz. Minha pele melhorou absurdamente. Minha sinusite sumiu. Foi uma transformação libertadora. E com todas essas transformações, passei a acreditar ainda mais na lei de causa e efeito.
E a cada dia que passa, vejo a mudança acontecendo. Vejo cada vez mais pessoas decidindo se tornar vegetarianas e veganas, ou pelo menos reduzindo o consumo de carne. E todas tem a mesma opinião: se sentem mais leves, com mais disposição, mais felizes… Minha irmã e meu namorado se tornaram vegetarianos, meus pais tentam ser na maior parte do tempo, vários amigos também… E a Lu também acabou se tornando vegana 🙂 Quando a nossa consciência expande, é impossível voltar ao tamanho original, e nada mais natural do que chegarmos juntas a esse lugar.
Voltando ao assunto do budismo, lembro que no retiro teve uma aula cujo tema era a paz mundial. E o monge disse o seguinte: “Precisamos parar de gerar sofrimento para os outros. Precisamos parar de agir apenas para satisfazer os nossos desejos, e devemos começar a pensar no próximo. Só a partir do momento em que todos pararem de agir apenas para satisfazer o ego é que teremos paz mundial.” Essas frases foram inspiradoras e ao mesmo tempo chocantes, pois passa a mensagem de que nós temos o poder de mudar o mundo com as nossas atitudes. Mas coloca toda a responsabilidade em nós. Não adianta culparmos os políticos, o sistema, ou o que for. A partir do momento que entendi isso, com minha mente e meu coração, passei a querer fazer as melhores escolhas possíveis em prol de um mundo melhor. Passei a (tentar) questionar todas as minhas atitudes e melhorar cada vez mais.
E a Jaci nada mais é do que um reflexo disso. De nós (eu e a Lu) tentando ser a melhor versão possível de nós mesmas. De querer um mundo bonito, com paz e harmonia. Por isso, nós, como empresa, vamos fazer o possível e o necessário para que atinjamos juntos esse objetivo. Sempre com muito respeito pela individualidade e pela história de cada um. Não existe verdade absoluta, e nem só um caminho para a evolução. Mas o veganismo foi um caminho que decidimos seguir por amor a todos os seres, e por isso incorporamos desde o início na nossa filosofia. Estamos longe da perfeição, mas vamos continuar buscando essa evolução.
E aí, quem vem com a gente? O que você faz por um mundo melhor?