No post anterior, contamos um pouco da nossa saga pós Shark Tank e tudo o que tem acontecido por aqui. Contamos também como participar do programa foi intenso, nos levando a uma grande crise de identidade. Se você perdeu, leia tudo aqui, pois neste post vamos dar continuidade a essa história!
Após o início da crise, mergulhamos em um processo de rebranding intenso (que ainda não terminou hahaha) para reencontrarmos a nossa identidade. Mergulhamos em muita pesquisa, além de muitas horas de conversas e brainstorming, não só entre nós da Jaci, mas com amigos, familiares e profissionais incríveis que tem nos ajudado nesse caminho.
Um belo dia, eu, Dani, tive uma conversa muito significativa com minha irmã, onde ela compartilhou sobre um insight que teve na terapia. Pra quem não sabe, nós somos descendentes de japoneses, e ela disse que passou a entender o quanto o fato de sermos orientais a tinha afetado. Nós orientais sofremos alguns preconceitos que parecem ser sutis. Somos muito encaixados em certos estereótipos, e muitas vezes somos alvo de questionamentos e piadas, como se não pertencessemos a essa nação, ao mesmo tempo em que também não nos sentimos pertencentes ao país dos nossos ancestrais. É como se não fôssemos brasileiros e nem japonesas, é um pouco estranho. Quando ela compartilhou isso comigo, eu parei para pensar um pouco e entendi que isso também tinha me afetado de certa forma.
Quando compartilhei isso com a Lu, ela ficou bem surpresa e se identificou muito com esse não pertencimento. Primeiro porque ela é carioca, mas vivo em São Paulo há quase 20 anos. Então as pessoas em São Paulo acham que ela é do Rio e as do Rio pensam que eu sou de São Paulo. Mas isso acontece de forma muito mais intensa quando é sobre a minha ancestralidade. Sendo filha de mãe preta e pai branco, essa miscigenação a deixou muito confusa na hora em que descobriu sobre o racismo e o colorismo. Muito clara pra ser preta, meio escura para ser branca.
Apesar de mexermos em um lugar dolorido naquela conversa, foi também um lugar de acolhimento. Eu acolhendo a Lu e ela me acolhendo. Ali, pudemos entender que somos parte de algo grande. De algo maior que a gente. Do Brasil.
O Brasil é esse lugar, em que as pessoas todas são assim como a gente. Uma mistura de culturas, muita dúvida de quem somos, do que nos define, mas muito certos de que o nosso povo é incrível. Acho que ninguém aqui no Brasil tem muita certeza das misturas que carrega. E foi aí que a gente encontrou a nossa identidade de novo. Nas nossas crises, nas nossas dúvidas e nas certezas de que assim como a gente, um monte de gente não tem nem ideia de como se definir e que se sente um forasteiro.
E nesse nosso caminho de reencontro, de construção de Brasil, do Brasil que a gente quer, a gente espera que você se reencontre também. Que você se sinta parte da sua comunidade e que você queira fazer parte da nossa comunidade. Assim, fica mais fácil construirmos o futuro e o lugar que queremos viver!
Tudo isso acendeu uma luz aqui dentro, uma vontade de mostrar, através da Jaci, tudo de melhor que o Brasil tem: nossas belezas, cultura, riquezas, mas principalmente, o nosso povo. Queremos mostrar um Brasil que seja motivo de muito orgulho! E aí, entendemos naquele momento que a Jaci estava deixando de ser Jaci Natural, e passaria a ser “Natural do Brasil”.
Tudo isso de certa forma já estava aqui dentro. Com o nosso nome que é muito brasileiro, com nossas fórmulas, que já tem ingredientes brasileiros. Mas vocês verão o Brasil chegar com muito mais força por aqui nos próximos meses! Aguardem!
Conheça mais nosso trabalho em: www.jacinatural.com.br