Nessa semana especial das crianças, a Jaci tem uma sessão de matérias especiais para ajudar pais e mães a cuidarem da saúde de seus bebês e também do meio ambiente. Dando continuidade ao texto a respeito do shampoo para bebês, este texto analisará as pomadas antiassaduras e os óleos para bebê.
Quando um bebê usa fraldas, é muito comum o aparecimento das famosas assaduras. As assaduras são dermatites, ou seja, inflamações na pele que causam dor e desconforto, além de preocupação para mães e pais.
Para tratar ou até mesmo para evitar o aparecimento dessas danadas, muitas mães acabam optando por utilizar pomadas para assaduras a cada troca de fraldas, o que nem sempre resolve.
Agora vem a pergunta que não quer calar. Você sabe o que está passando na pele do seu bebê?
Eu selecionei uma pomada de assaduras importada, muito recomendada por pediatras brasileiros para fazermos uma análise dos ingredientes e verificarmos um pouco se estamos realmente fazendo bem aos nossos tão amados babies. Seguem os ingredientes encontrados:
Zinc Oxide 13{d472cbc9b4e5b7840d5104aea9a3b0a6f44f9dfecef370459faa46ba60659749}: O óxido de zinco é utilizado, pois tem função calmante e antibacteriana e auxilia na cicatrização da pele, porém há muitas pessoas que tem sensibilidade a esse composto, mesmo em pequenas concentrações. Além disso, no ambiente, ele é tóxico e biocumulativo, ou seja, não é eliminado naturalmente pelo organismo.
Aloe Barbadensis Leaf Juice: Produto natural aprovado (: Esse é o extrato de babosa, conhecido por suas características calmantes e altamente hidratantes.
Beeswax: A cera de abelha é utilizada para dar consistência aos produtos, nutrir a pele e impedir que haja perda de água. Apesar de ser um composto natural, não é vegano, o que acarreta na exploração e crueldade das nossas tão lindas e importantes abelhinhas. Veja essa matéria sobre a importância das abelhas e o problema em utilizar produtos de origem apicuária.
Dimethicone: É utilizado como condicionante, protetor da pele e como antiespumante. É um produto de origem sintética (vem do petróleo) e há estudos que indicam potencial toxicidade tanto para organismos como para o ambiente, sendo também biocumulativo.
Fragrance: Como já dito pela Dani no post de xampus, o problema com as fragrâncias é que nunca sabemos o que estamos comprando com esse nome. Não há necessidade de especificar o que é colocado para aromatizar o produto e a maioria dos compostos causam alergias diversas e danos no organismo, principalmente no sistema respiratório.
Magnesium Sulfate: Utilizado para dar consistência ao produto. Não há muitos estudos sobre a sua toxicidade e a suspeita é de que ele não seja agressivo.
Methylparaben: Sua função é conservar o produto. Os parabenos são compostos baratos de serem sintetizados e por isso possuem larga utilização na indústria cosmética. O problema dessa classe de substâncias é que eles são causadores de alergias cutâneas, envelhecimento precoce da pele e cânceres. Falamos um pouco dele aqui, no post dos desodorantes. Um de seus maiores problemas é que ele é um disruptor hormonal. Eles se ligam aos receptores de estrogênio (hormônio feminino), e induzem as células a agirem como se houvesse estrogênio natural. Em inúmeras análises de tumores mamários, foram encontradas concentrações altíssimas de parabenos.
Microcrystalline Wax: A cera microcristalina é um derivado do petróleo. É um tipo de parafina, e cria uma camada sobre a pele para protege-la. O problema em utilizar esse tipo de produto é que há uma adequação da pele ao uso constante de óleos minerais, que interrompe sua auto-proteção, necessitando sempre dessa intervenção externa, gerando um ciclo vicioso. Se aspirado pode causar pneumonia lipoide. Há também diversos estudos mostrando o potencial cancerígeno desse produto. Além disso, essa camada criada por esses produtos, pode ser difícil de ser retirada e o excesso de atrito para limpeza da região pode acabar acarretando em mais irritação na pele.
Mineral Oil: O óleo mineral possui os mesmos malefícios da cera microcristalina, pois eles são da mesma família de compostos. As áreas mais atingidas pela toxicidade dos óleos minerais são os olhos, pele e sistema respiratório. Seu uso sobre a pele causa obstrução dos poros, prejudicando o funcionamento natural da pele.
PEG-30 Dipolyhydroxystearate: Utilizado por sua característica emulsificante, ou seja, permite que as partes oleosas do produto se integrem as partes aquosas. Pode apresentar contaminação por óxido de etileno e 1,4-dioxano, compostos altamente tóxicos. Não há estudos o suficiente para comprovar sua segurança e riscos.
Petrolatum: O petrolato é uma mistura semi-sólida derivada do petróleo. Utilizado como hidratante, condicionante e protetor da pele. Possui restrições para seu uso na indústria cosmética e alimentícia. Pode estar contaminado com PAHS, composto altamente tóxico. Fora isso, possui os mesmos malefícios do óleo mineral e cera microcristalina.
Phenoxyethanol: Utilizado como conservante. Há estudos mostrando que esse composto é tóxico para o sistema imunológico, irritante para tecidos (pele, olhos e pulmão). Seu uso é restrito em diversos países, como Japão e países da União Europeia.
Potassium Hydroxid: Utilizado como ajustador de pH. Classificado como tóxico e prejudicial à saúde.
Propylparaben: Mais um parabeno. Assim como o metilparabeno é um conservante e apresenta os mesmos malefícios, como a interação hormonal e o potencial cancerígeno.
Sorbitan Sesquioleate: Mais um composto emulsificante. Há poucos dados, porém não há suspeitas de ser tóxico, apesar de ser possivelmente um alergênico de contato.
Tocopheryl Acetate: Anti-oxidante e condiciona a pele. Mais de um estudo mostra que em grandes quantidades é cancerígeno. Alto risco de contaminação por hidroquinona. E há fortes evidências de ser tóxico para pele e um alergênico.
Aqua: Água! Oba! Outro componente natural. A água é utilizada para diluir os compostos e auxiliar na hidratação da pele.
De 17 compostos apenas 3 são de origem natural. Todos os outros mostram algum tipo de risco ou problema ou há falta de estudos suficientes para provar sua segurança. Agora, porque nos preocupamos tanto com o que damos de comida para nossos filhos e deixamos de lado o que passamos em sua pele? Devemos lembrar que a pele é o maior órgão do corpo humano e possui um alto poder de absorção, assim o que colocamos sobre ela pode chegar facilmente em nossa corrente sanguínea e afetar todo o nosso sistema orgânico.
O mesmo ocorre com os cremes e óleos hidratantes que passamos nos bebês.
Segue abaixo uma lista de ingredientes de um óleo para recém-nascidos. Calma, esse vai ser curto, juro… Hahah
Parafinum Liquidum: Como já vimos ali em cima a parafina, assim como o óleo mineral, pode gerar um ciclo vicioso para a pele, que perde a habilidade de se proteger e se manter hidratada devido ao uso constante desses produtos que não são absorvidos pela pele. Há estudos demonstrando seu potencial cancerígeno e remover esse produto da pele pode ser um grande problema.
Isopropyl Palmitate: Natural! Produto derivado do coco, atua como hidratante, dando a pele uma textura mais suave. Por ter um alto fator comedogênico, ou seja, capacidade de obstrução de poros, deve ser diluída em outro óleo com fator comedogênico menor para evitar irritações em peles mais sensíveis e/ou oleosas.
Parfum: Lembra o problema dos perfumes? Não há necessidade de especificação do que é utilizado aqui e diversas substâncias são alergênicas e prejudiciais para nossos sistemas respiratório e imunológico.
Vamos rever nossos conceitos? Entender que só porque uma marca é grande ou porque é a mais vendida não significa que ela é boa para nós nem para o meio ambiente. Devemos nos conscientizar do que colocamos em nosso corpo e principalmente nos corpinhos ainda em desenvolvimento dos nossos bebês. O sistema imunológico deles ainda está em formação, assim como os outros sistemas que ainda estão em amadurecimento. Será que uma bomba constante de ingredientes tóxicos não faria ainda mais mal para esses organismos? Em substituição ao óleo de bebê, por exemplo, pode-se usar óleos vegetais puros, como o óleo de gergelim, óleo de coco, óleo de semente de uva, maracujá… Há diversos relatos e pesquisas, inclusive, que dizem que a própria pomada para tratamento de assaduras causa assadura, e que basta uma boa higienização, que pode ser feita com água morna ou qualquer óleo vegetal!
Há por aí muitas opções naturais de cosméticos, basta entendermos a importância de procurarmos e consumi-los. Muitas vezes, é possível se cuidar com ingredientes que você tem em casa. Aqui mesmo no blog da Jaci, damos várias receitas de como produzir nossos próprios cosméticos e nos livramos dessa indústria que nos enxerga apenas como fonte de dinheiro, ao invés de nos tratar com o respeito e cuidado que merecemos.
Vamos nos unir pelo bem de nossos corpos, mentes e mundo!
Um feliz dia das crianças para vocês!
Fontes:
https://www.ewg.org/skindeep/ingredient/
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/2985-o-que-e-sao-petrolato-petrolatos-produtos-para-cabelos-derivados-de-petroleo-parafina-silicone-nao-ha-fator-hidratante-efeito-superficial-maciez-barra-reposicao-nutricional-efeitos-saude-meio-ambiente-listas-nomenclatura-como-evitar.html
http://blog.naturessima.pt/phenoxyethanol-mais-uma-palavra-suja-na-cosmetica/
http://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/04/24/nem-so-higiene-inadequada-causa-assadura-veja-outros-motivos.htm
Texto ótimo! Esclarecedor, gostoso de ler e até divertido, mesmo sendo um assunto tão sério. Parabéns!
Qual receita você mais recomenda pra crescimento rápido?
Olá, tenho uma dúvida quanto aos óleos naturais, qual seria um uso seguro? Usei aloe vera em uma demartite por uma semana e tive uma reação alérgica forte. Obrigada
Oi Aline! Desculpe pela demora em responder!
Olha, todos os óleos 100% puros são seguros… são tantas opções… amêndoas, girassol, castanha do pará, maracujá, rosa mosqueta… impossível listar todos! mas tem que conhecer os fornecedores e ler os rótulos meeesmo, se certificar de que ele é 100% puro. Muitos óleos que vemos por aí para vender se dizem naturais mas contém várias porcarias… Óleo de aloe vera puro, por exemplo, é algo que nem existe. A aloe vera in natura não produz óleo, apenas gel! Então provavelmente esse óleo que você usou tinha outros óleos com um extrato oleoso de aloe vera, sabe? E deveria ter conservantes, fragrâncias, enfim… Você precisa ler o rótulo e precisa ter só um ingrediente, que é o óleo em questão!